sexta-feira, 28 de agosto de 2015

o melhor que te posso dar

Há dias e dias. Desde que ando neste novo e fantástico percurso que descobri que tenho obrigatoriamente que ser bastante equilibrada nas emoções em geral e, em particular também. Ser equilibrada é sempre um ponto assente, mas quando dependemos de nós mesmos, convém definir bem o trajecto para a balança andar sempre [ou quase sempre] equilibrada. Os sentimentos estão sempre à flor da pele [pelo menos eu, que ando muitas vezes igual a uma panela de pressão] e há dias muito intensos e outros que nem tanto. Há dias em que me sinto vazia, outros que me sinto a pessoa mais rica e abençoada do mundo. Percebi claramente, hoje, que um dos meus pontos em construção é a relação que tenho com os outros e isso inequivocamente transforma-me numa melhor pessoa. Quando decidimos aumentar a nossa sensibilidade para com as emoções dos outros, estamos a fazer uma escolha moral definida que nos trará a capacidade de sermos compassivos e gentis. O maior presente que poderei dar a alguém é o meu tempo. O que para alguns será uma tarefa fácil, para mim é um processo. Sou pessoa para demonstrar carinho, amabilidade, entrega [dependendo da pessoa, da empatia e situação], mas mesmo assim, transmitindo todos esses bons sentimentos, consigo mostrar o inverso em fracções de segundos. A minha 'luta' é ser mais homogénea no que toca a este ponto e aproveitar mais e melhor as pessoas que me rodeiam. Elas têm tanto para me oferecer e eu até então criava muralhas [igual à da China, estão a ver?] e não permitia que ninguém entrasse na minha vida e por consequência eu também não entrava na vida de ninguém. O facto de ter tido uma infância e adolescência complicada, isolada faz com que não nutrisse facilmente relações profundas com a maioria das pessoas [apesar de ser extremamente expansiva à primeira vista] e vejo que apesar de muitas delas terem sido um tiro ao lado, existem outras tantas que valem a pena todo o nosso 'investimento', a nossa atenção, dedicação, interesse, presença de espírito e tudo o que mais nós podermos fazer por elas. Tenho que dar oportunidade a mim mas principalmente aos outros. O meu tempo é precioso, mas eles valem a pena.

2 comentários:

  1. A intensidade com que partilhamos o nosso amor nem sempre é o suficiente aos outros, às vezes damos o que mais precisamos, outras vezes escondemo-nos nos nossos próprios medos e afastamo-nos de tudo e todos(de nós mesmos). Quando voltas? <3

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  2. Equilíbrio é palavra certa. Não é fácil de se conseguir mas quando se consegue, é maravilhoso :) O primeiro passo é conhecermos-nos a nós mesmos. O segundo é gostar de nós próprios. Depois tudo virá a seguir.
    E nesta lógica, na minha opinião, temos que dar a oportunidade aos outros, sim, mas principalmente a nós. Só depois conseguimos dar inteiramente aos outros.
    Quanto à empatia, é uma coisa que se treina. Dito por uma psicóloga que conheço, é uma qualidade que não nasce connosco, que mas que se pode (e deve) desenvolver ao longo da vida. Basta querer. E tu queres :) Aplaudo essa tua vontade e identifico-me com ela.
    Beijinhos e um bom fim de semana!

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