quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

diz que é quase natal, é mesmo?

Era agosto e eu pedia já para trabalhar no dia de Natal. Sorte das sortes, vou mesmo estar a trabalhar! Pena que saio a tempo de alguém me querer nalgum jantar. É difícil perceber. Ou não. Já não faz sentido. Vai ser complicado um dia vir a gostar desta época. Já não gostava muito, então agora, é que não mesmo. É uma altura totalmente imposta ao meu ser, tão grande e tão pequenino ao mesmo tempo... Todos se juntam. Todos têm prazer nos presentes. Nas luzes. Nas músicas. Os corações amolecem, menos o meu. Ando à dias a ver no feed do facebook um vídeo qualquer muito emocionante por sinal, desta quadra natalícia. A minha opcão têm sido scroll. Não me quero emocionar. Não tenho com quem me emocionar. Só com a ausência forçada de quem me devia abraçar agora. Mãe é mãe. E ela era mãe e pai. Perdi-a. Perdi tudo. Não quero Natal. Não gosto do Natal. Vejo agora o quanto me engano a mim própria. O quanto as coisas me passam ao lado, mas o quanto elas estão aqui presentes. Tens uma mágoa dentro de ti... Querer estar ocupada nestes dias familiares é só uma forma de não pensar. Mas eu penso. Invarialvemente. Não me esqueço de quem me ajudou o primeiro Natal que passei sem ti. A kilómetros de distância. Não foi ninguém dos meus. Foi ele. Que também foi meu. Nunca me irei esquecer. Lembro-me como se fosse hoje. Das palavras, do apoio, da força, da boa energia, da esperança. Eu não estava sozinha. Obrigada por me teres dado esse sentimento. Não estava sozinha. E hoje, reparo que já passou um ano. Dizem que o tempo cura tudo, eu discordo. O tempo ajuda a aceitar, apenas isso. É quase Natal. Mas para mim, não.

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