quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

aquela coisa...


Apesar de todas as circunstâncias, não me senti tensa, preocupada ou qualquer tipo de sentimento semelhante. Estava tranquila, relaxada, solta e nada mais nada menos do que eu própria, coisa que outrora não aconteceu. Estive confiante em todos os momentos, como sou, no meio da minha gente, que também é tua. Sabia que estava contigo, que todas as palavras mal ditas não estavam reservadas para estes dias. Sabia que podia confiar. A primeira coisa que reparei quando te vi, foi na tua barba. De 3 dias. Coincidência?Reparei depois no resto. Vi mais do que os meus olhos alcançam. Vi tanto que até me surpreendi, confesso. Parecia que nos tínhamos cruzado à poucos dias e que o tempo tinha parado no entretanto. Estranho. Senti todos os teus olhares não olhados. Descaradamente, olhei-te sem pudores, de cima a baixo, sempre que pude. Quis encarar-te. Na realidade, enfrentar-me a mim própria. Só podia receber-te assim. E desculpa se te incomodei com isso, se te 'obriguei' a olhar no meu olhar uma vez ou outra... Eram apenas 3 dias mal contabilizados para estar... e eu quis estar em todos os minutos, embora não conseguisse como gostaria. As obrigações da vida não me deixaram escapar para ti. Nunca me senti mal por estarmos lado a lado, embora noutro registo... O tempo foi escasso para tudo o que merecia ser contemplado com outro vagar. Daqui a 20 anos é tarde demais para voltar. Na dúvida, pedi-te um abraço de quem realmente só se voltará a ver daqui a duas décadas. E tu não me deste esse abraço. Aposto que voltas antes, só assim se justifica um abraço tão fraquinho. Tiveste sorte no tempo, que é completamente improvável neste pedaço de terra no meio do atlântico. Sol, céu azul e um mar sereno à tua espera, com mais três ilhas à vista. S. Pedro quis-te agradar! Eu não meti cunhas, não conheço nenhum Santo que me ajude. Gostei de conduzir e de te levar. Correu bem, tirando aquelas poucas vezes que me troquei toda. Vá, leva isso como uma-cena-fora-dos-planos-e-que-é-mega-divertida. Só posso pedir desculpa pelo combustível que te fiz gastar a mais, se ainda assim não achaste divertido. Mapas e ruas são muito fixes, mas não para mim. Gosto desse desligamento de andar sem rumo mas depois verifica-se que não dá assim muito jeito ser assim. O meu Norte fica sempre em casa e nunca entrámos à primeira em nenhum sítio que sugeri. Mas chegámos lá, ou não? Ah pois! Persistência acima de tudo. Ainda tivemos tempo para roubar fotos um ao outro e juntos até. Ficámos uns gatos! Mas sempre a 'correr'. Eu que gosto de fotos de meia hora. Ainda me ajudaste a escolher a prenda de aniversário da minha amiga e estávamos em grande sintonia. Sem grandes complicações e uma onda que fluía naturalmente. Levei-te a alguns sítios para almoçar e jantar, tive pena que nenhum tenha marcado a diferença no paladar como eu imaginaria. Dizes que chamo a atenção, por ser alta, loira. Tu, poderias ser uma cópia minha. Entras e tudo pára para olhar. Observar. A tua pinta. O charme e tudo o que mais transpareces. Há coisas que ou se tem ou, não se tem. Tenho a certeza que gostaste de cá estar. Tenho a certeza que gostaram que tivesses vindo. Esta ilha é minha, é tua, é nossa.

Continua...

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