aprendi a ficar em silêncio, a não procurar. a deixar. mesmo que a vontade seja maior que eu. aprendi que na vida umas vezes ganhamos outras perdemos. e eu assumidamente perdi, tudo. a partir do momento em que a minha alma desaparece o resto não existe mais. é só um corpo a circular por aí, mais nada. aprendi que a minha dor sendo causada por mim própria[grande parte] , a cura tem que passar por uma aprendizagem que eu própria defini. ficar em silêncio e deixar quem eu deixei. agora não faz sentido. e acredito que também é preciso coragem para deixar. as pessoas não merecem isso. e eu fico, aqui. perto, mas longe, tão longe. é raro ficar com este sentimento de perda, de ' e se...'. são as escolhas! é a vida! detesto ouvir isto, mas de facto é assim mesmo, é a vida. tento todos os dias não me martirizar e acreditar que não sou pior pessoa por errar, por ter errado, mas tem sido um processo difícil acreditar naquilo que tento transmitir a mim mesma. apesar de ter nas veias o sangue de guerreira, muitas noites e dias andei a rastejar para acreditar que a vida valia a pena. acho que por ter passado tanta 'guerra' em tão poucos anos de vida [já não são assim tão poucos mas...ok], e ter saído sempre forte e com boas decisões na maior parte das vezes, me censuro estupidamente por ter errado desta vez, seguidamente e de alto a baixo. mas porquê? olho para aqueles dias e só me questiono mas que raio se passou? podia ter sido o melhor de dois mundos ou o pior deles. não sei. mas pela primeira vez me questiono sobre o que aconteceu, logo eu que não sou cá de marinar nos assuntos eternamente. isto só acontece porque se calhar podias ter continuado a ser a maior alegria dos meus dias e realmente não foste. fica o sentimento no ar, o meu sentimento. o meu. tento levar isto para a frente mas é como se tivesse uma cratera dentro de mim. um buraco enorme. e pela primeira vez assumo que as coisas foram tão más, mas tão más que é impossível esquecer-me de tudo com a mesma ligeireza com que que me esqueço de todos os outros assuntos difíceis. finjo que já passou, que isto e aquilo, que tinha que ser assim, que ...mas não. tudo parvo. tudo mentira. é uma coisa que está ali no canto do meu cérebro tonto. e não vai embora. não tenho dúvidas que vão passar mil anos e isto nunca acabará. e agora? [como diz a música...] tudo o que eu queria e tinha, se transformou em nada, ficou um vazio infinito. como forma de me 'curar', vou enfrentando os sentimentos como eles são. parece que o tempo não passou, ridículo isto, mas real. as memórias acentuam-se quando já deviam se desvanecer, acreditar que não é tarde demais para seguir em frente e seguir dia após dia. acreditar que o melhor que tive na vida, foi isso mesmo, o melhor que tive na vida.
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